Escrever sobre os melhores de qualquer área não é uma tarefa das
mais fáceis. Jamais conquistará uma unanimidade, não agradará gregos e troianos
e sempre será questionado porque tal nome não está incluso naquela seleção. É
um trabalho bem barra pesada, espinhudo, digamos.
Montar a lista dos dez melhores pilotos dessa década da Fórmula 1 foi uma tarefa bem interessante, justamente num período que apareceu uma safra bem legal impulsionada pelas academias que as equipes montaram. Portanto, deixar de lado alguém nessa seleção do "Top Ten" pode até parecer uma injustiça, mas acaba sendo compreensível visto que tivemos uma galera muito boa nesta década.
Sem mais enrolação, vamos a lista:
Montar a lista dos dez melhores pilotos dessa década da Fórmula 1 foi uma tarefa bem interessante, justamente num período que apareceu uma safra bem legal impulsionada pelas academias que as equipes montaram. Portanto, deixar de lado alguém nessa seleção do "Top Ten" pode até parecer uma injustiça, mas acaba sendo compreensível visto que tivemos uma galera muito boa nesta década.
Sem mais enrolação, vamos a lista:
1 - Lewis Hamilton – O talento de Lewis ainda era latente naqueles primeiros
anos dessa década, mas ficou um gosto amargo por não ter transformado isso em
títulos pelos menos em duas ocasiões: 2010 e 2012 Hamilton acabou ficando
pelo caminho por erros bobos que o deixaram de fora das decisões. Em 2011 foi
derrotado por Jenson Button na Mclaren, na sua pior temporada deste período e
ali já era um indicio que uma mudança de ares podia lhe fazer bem. Bateu Jenson
na temporada de 2012, mas ao final daquele ano deu tchau a equipe que o acolheu
e foi enfrentar o desafio que a Mercedes lhe proporcionara. A primeira vista
parecia ter sido um tiro n’água devido os problemas de ritmo de corrida da
Mercedes em 2013, mas ao final do GP da Austrália de 2014 as desconfianças
deram lugar a um espetacular período que ele e Rosberg conseguiram
aproveitar-se de modo integral pelos anos que se seguiram. Mas como nos
episódios onde o indivíduo vende a alma ao diabo e este lhe cobra um preço
alto, a sua amizade de longa data com Nico se esvaiu e ambos tornaram-se
arqui-rivais. Lewis conseguiu vencer Nico em 2014 e 15, mas sofreu uma derrota
que lhe dói até hoje – uma ferida aberta que jamais cicatrizará por não ter a
oportunidade de uma revanche. Porém essa derrota foi importante para Lewis: se
preparou melhor para enfrentar um oponente que era bem superior a Nico e,
consequentemente, mais perigoso. Sebastian Vettel era um rival a considerar e
isso foi muito bem visto nas primeiras metades dos campeonatos de 2017 e 18,
quando o alemão esteve em grande forma com a Ferrari. Porém a melhor parte da
festa a Mercedes preparava para a segunda perna do campeonato ao entregar um
pacote forte a Lewis, que foi implacável para destruir qualquer chance de título da
Ferrari nessas duas ocasiões ao pilotar o fino do automobilismo e garantir os
títulos com antecedência. Uma precisão que foi estendida até 2019,
aproveitando-se bem do fato da Ferrari e Red Bull estarem perdidas permitindo ao inglês toda a chance de construir uma larga diferença na primeira parte do
mundial e administrá-la na segunda, para vencer seu sexto titulo mundial. Seu
engajamento em questões sociais e ambientais mostra o quanto que Lewis mudou no
decorrer dos anos. Ter saído da aba da Mclaren e de seu pai foi um passo
importante e ter encontrado em Niki Lauda um mentor assim que chegou na
Mercedes e posteriormente em Toto Wolf uma situação similar quando Niki passou
para o outro plano, deu a Lewis uma segurança muito maior para poder continuar
focado nas corridas mesmo quando tenha que ir para algum desfile e/ ou
lançamento de grifes e no outro dia vestir sua indumentária e pular dentro do
Mercedes e se doar até mais que 100% para conquistar uma pole e uma vitória. A
mudança de postura de Lewis lhe valeu cinco títulos mundiais nesta simbiose
quase que perfeita com a equipe alemã, confirmando o seu fabuloso talento que
já havia sido deflagrado ainda nas categorias de base.
2 - Sebastian Vettel – Houve alguém que não apontasse o alemão
como um candidato forte a ser o novo recordista da categoria? Apesar de algumas
atrapalhadas, Sebastian Vettel tinha uma velocidade absurda naqueles primeiros
anos dessa década e que tinham sido bem vista no ano de 2009 quando foi vice de
Jenson Button. Colocando a cabeça no lugar e confiando no taco da equipe
técnica da Red Bull, chefiada pelo mago Adrian Newey, Vettel passou a ser o
cara mais temido e a ser batido naquele período entre 2010 e 2013 onde esteve a
bordo de carros que correspondiam bem ao seu estilo de pilotagem. E isso tudo
faz uma tremenda diferença, mesmo em temporadas equilibradas como a de 2012
onde ele não teve o melhor carro do primeiro certame, mas que vital para
coletar pontos importantes para quando recebesse uma versão atualizada do RB8
na parte final do campeonato partisse para aniquilar de vez a chances de
Fernando Alonso ganhar o titulo, num dos campeonatos mais ferrenhos dessa década.
No entanto, em 2013, mesmo tendo que lutar contra os instáveis pneus da Pirelli
até certa parte do campeonato, quando o carro RB9 se adaptou a borracha
italiana e esta teve que rever a sua construção após as explosões de pneus em
Silverstone, Vettel transformou aquele certame num passeio absurdo ao vencer as
últimas nove corridas de forma convincente e imponente, somando um total de
treze vitórias num ano praticamente perfeito que o coroou tetracampeão mundial.
Mas mudança no regulamento de 2014 trouxe a Vettel uma dificuldade incomum em
entender o carro daquele ano e acabar sendo dominado por Ricciardo. A sua ida
para a Ferrari em 2015 foi o reinicio de um ciclo importante, onde chegou para
ser o cara a liderar a “Rossa” aos títulos mundiais: apesar de uma temporada
altamente produtiva, onde venceu três corridas levantou o ânimo de uma equipe
combalida pelo desastroso 2014 que tiveram, Sebastian mergulhou para um
frustrante 2016 onde passou em branco para ressurgir fortemente em 2017 quando
os Formula-1 voltaram a ter altas cargas de aerodinâmica. Esteve no páreo pelo
titulo, mas a Ferrari perdeu o fôlego na segunda parte do mundial e permitiu
que a Mercedes levasse mais um vez a taça; em 2018, numa reedição que
acontecera um ano antes, a Ferrari voltou a perder o mundial após uma segunda
parte de mundial fraca, mas desta vez aliando seus erros aos de Vettel que não
esteve no seu melhor após o desastroso GP italiano, onde a torcida italiana
esperava o melhor da equipe e de Sebastian após sua fabulosa vitória em
Spa-Francorchamps uma semana antes e da dobradinha que ele e Raikkonen
conseguiram no sábado em Monza. O restante daquele mundial de 2018 foi marcado
por uma sucessão de erros de Sebastian que passou a coloca-lo em cheque. A
vinda de Charles Leclerc em 2019 elevou a competição na equipe, mas Sebastian
apresentou uma breve melhora onde logo ficou apenas uma sombra quando seus
erros reapareceram. Mas mesmo assim, ainda podemos ver um pouco do seu talento
nas corridas do famigerado GP do Canadá, Alemanha e principalmente Singapura,
onde mostrou que ainda sabia comandar uma corrida como nos velhos tempos.
3 - Nico Rosberg – O que dizer de um piloto que conseguiu superar pilotos do
naipe de Michael Schumacher e Lewis Hamilton e ainda teve tempo de cravar seu nome
numa década que foi resumida ao domínio de dois pilotos? Nico Rosberg não foi o
mais brilhante dos pilotos de sua geração, mas sempre teve velocidade e
regularidade de sobra para conseguir chegar ao olimpo. A chance de pilotar para
a Mercedes foi um ponto importante para uma carreira que parecia fadada a ficar
andando no meio do pelotão com a Williams e lutando pelas migalhas aparecessem
nos GPs. Qualquer piloto poderia ficar intimidado em dividir o ambiente com um
gênio da raça como Michael Schumacher, mas Nico não tomou conhecimento e
aproveitou-se bem da dificuldade de readaptação do heptacampeão para dominá-lo
amplamente nas três temporadas em que estiveram lado a lado na Mercedes. No
computo geral das três temporadas em que Rosberg enfrentou Michael, o filho de
Keke bateu o multicampeão nas classificações (43x15); nos pontos (324x197) e no
número de pódios (5x1), sendo que um destes pódios foi a sua vitória na China
em 2012. A vinda de seu velho conhecido – e então amigo – Lewis Hamilton,
elevou a competitividade na equipe já em 2013, mas foi a partir de 2014 quando
a Fórmula 1 mergulhou na era dos motores Turbo Hibridos que a rivalidade entre
estes rapazes se intensificou de forma absurda. Em posse dos melhores carros do
grid, Rosberg e Hamilton entraram em rotas de colisões – literalmente – em
algumas situações que só fez destruir uma amizade construída ainda na época do
Kart e que foi posta em jogo quando estiveram face a face pela luta de um
título mundial na Fórmula-1. Nico perdeu em 2014 e foi massacrado em 2015, mas
conseguiu domar seu antigo colega em 2016 para conquistar seu único título
mundial, igualando a marca de seu pai. E como num roteiro de filme, anunciou a
sua precoce aposentadoria das competições fazendo com que Hamilton engolisse a
seco o gosto de uma possível revanche que jamais reapareceu.
4 - Fernando Alonso – A figura do piloto espanhol nesta década foi uma das mais
importantes, exatamente por ser amado e odiado em doses altamente cavalares.
Fernando Alonso moveu uma legião de fãs e detratores até a sua despedida na F1
ao final do ano de 2018, numa década que podia muito bem ter lhe dado pelo
menos um título mundial. A perca dos títulos de 2010 e 2012 – para o seu
carrasco Sebastian Vettel – foram por pequenos detalhes onde ele e a Ferrari
não conseguiram resolver os problemas a tempo para que o “Spanish Bombs” de
Oviedo pudesse garantir pelo menos dois desses possíveis campeonatos. Mas o que
ficou claro neste período é que Fernando Alonso não baixou a guarda em momento
algum, procurando ficar em evidência sempre mesmo que a polêmica o acompanhasse
de forma inevitável – como não esquecer da famosa troca de posições em
Hockenheim 2010; da quebra do lacre do motor de Felipe Massa em Austin 2012 e
do eterno “GP2 Engine” em Suzuka 2016, apenas para citar alguns. Mas ainda sim
o bicampeão esteve em grande forma naquele período da Ferrari onde esteve muito
a frente de Massa entre 2010 e 13; destruiu Kimi Raikkonen em 2014 sem tomar
conhecimento; perdeu para Button no seu retorno a Mclaren em 2015, mas tomou
conta do pedaço em 2016; e foi superior ao jovem Stoffel Vandoorne nas duas temporadas
em que estiveram dividindo o ambiente na Mclaren. Mas o seu temperamento
altamente explosivo é que azedou as coisas por onde passou, exatamente por não
a paciência que os campeões costumam ter. Porém, seus melhores momentos nesta
década ficam por conta da sua entrega de corpo e alma as corridas; a sua mágica
vitória em Valência 2012; os inúmeros memes que foram criados na sua segunda
passagem pela Mclaren e na bela homenagem prestada por Lewis Hamilton e
Sebastian Vettel, quando estes o escoltaram até a reta de largada de Abu Dhabi
no seu último GP na categoria.
5 - Max Verstappen – A chegada do filho de Jos Verstappen a
categoria abalou as estruturas da F1 e do motorsport de certa forma: com apenas
17 anos Max tomava partido de um carro de Formula-1 e alinhava para o seu
primeiro GP com um 12º lugar pela Toro Rosso em Melbourne e marcando seus
primeiros pontos já na corrida seguinte na Malásia, ao fechar em sétimo. Isso
levou a FIA a impor regras para que pilotos conseguissem a Super Licença (um
número “X’ de pontos acumulados nas demais categorias para obtenção da Super
Licença) e também a sua ingressão na F1 (que tornou-se obrigatório ter mais que
18 anos). Mesmo com toda essa precocidade, Max não tomou conhecimento e
rapidamente se estabeleceu como um dos pilotos mais velozes do grid, tendo
apenas que talhar bem o seu talento: a velocidade estava ali, porém a
agressividade estava presente e teria que ser bem trabalhada para que ele não
se metesse em confusões. Mesmo que isso demorasse um pouco a ser domado e Max
se envolvesse em alguns incidentes, o holandês subiu rapidamente para a Red
Bull – para o lugar de Daniil Kvyat – já em 2016 e logo no seu primeiro GP, em
Barcelona, venceu após o enrosco das duas Mercedes que deixou caminho aberto
para que Red Bull e Ferrari pudessem batalhar pela vitória. Mesmo terminando
atrás de Daniel Ricciardo naquele ano, ficou claro que o holandês era uma
estrela em ascensão. E isso se
intensificou em 2017 quando os números passaram a ser melhores que o de
Ricciardo, com o australiano ganhando apenas na pontuação final (200x168) e no
numero de pódios (9x4). Max superou
Daniel nas classificações (13x7); nas corridas (11x9) e nas vitórias (2x1). Em
2018 Verstappen foi ainda mais incisivo ao derrotar Ricciardo nos pontos
(249x170); nas classificações (14x6); nos pódios (11x2); e empatados nas
vitórias (2x2). Em 2019 Max foi soberano sobre seus dois companheiros de equipe
no decorrer da temporada (Pierre Gasly e Alexander Albon) e teve uma melhora
considerável nessa segunda parte do mundial. Porém, seus duelos com Charles
Leclerc, especialmente na Áustria e Inglaterra, foram um dos melhores momentos
do ano e sem dúvida uma prévia do que muita gente espera que seja o possível
duelo entre estes dois jovens pilotos na próxima década.
6 - Jenson Button – A década passada para Jenson mais parecia um conto de fadas
que não desabrocharia de modo algum, sempre pegando algumas “buchas” pelo
caminho como foi o período nada glorioso
com a Honda. Mas em 2009 as coisas mudaram da água para o vinho com a
histórica temporada da BrawnGP que lhe deu a oportunidade de, enfim, conquistar
o tão sonhado titulo mundial. Nesta década Button teve seu nome ligado
diretamente a Mclaren, para quem foi pilotar em 2010 e duelar com o seu
conterrâneo Lewis Hamilton. Apesar de não ter a velocidade pura e crua de
Lewis, Jenson tinha a regularidade a seu favor e por mais que perdesse nos
treinos (13x6) e na pontuação final (240x214), Button esteve próximo nas
vitórias (3x2) e também nos pódios (9x7). Mas em 2011 foi a desforra ao
aproveitar-se dos inúmeros erros de Hamilton e cravar uma pontuação superior ao
campeão de 2008 (270x227) e derrotar Lewis também nos pódios (12x6). No ultimo
ano de parceria, em 2012, Lewis venceu o duelo interno contra Button ao marcar
dois pontos a mais no campeonato (190x188); nos grids de largada (15x5). A
partir de 2013, já sem Hamilton na equipe, Button foi o piloto principal da
Mclaren e naquele ano teve ao seu lado Sergio Perez, na qual teve uma boa
disputa ao marcar mais pontos que o mexicano (73x49) e vencer a disputa nas
classificações (10x9). Em 2014 Jenson Button teve Kevin Magnussen como
companheiro e o jovem dinamarquês superou o inglês nas classificações (10x9), mas perdeu na pontuação final com
Jenson fazendo 126 pontos contra 55 de Magnussen. Jenson dividiu a Mclaren com
Fernando Alonso entre 2015 e 16, sendo que no primeiro ano superou o espanhol
na pontuação (16x11) e perdeu nas qualificações (9x8); enquanto que em 2016
Alonso esteve a frente nestes dois quesitos (54x21 na pontuação e 15x5 nas
classificações), nesta que foi a ultima temporada completa de Button na Formula-1.
Jenson voltou ainda em 2017, quando disputou o GP de Mônaco no lugar de Alonso
– que estava na Indy 500 – onde acabou abandonando na volta 57.
7 - Daniel Ricciardo – Se existiu algum piloto tão popular nessa década da
Fórmula-1, acabou perdendo de lavada para Daniel Ricciardo. O carismático
australiano parecia apenas mais um na categoria quando estreou pela finada HRT no
GP da Grã Bretanha de 2011 no lugar de Narain Karthikeyan. Em 2012 subiu para a
Toro Rosso, onde perdeu na pontuação para Jean Eric Vergne (16x10) e ganhou nas
qualificações (15x5). Em 2013, com mais experiência, conseguiu bater o francês
na pontuação (20x13) e nas qualificações (15x4). Porém, quando foi anunciado
que iria substituir Mark Webber na Red Bull, os primeiros pensamentos seriam de
que ele fosse um mero escudeiro para o então recém tetracampeão Sebastian
Vettel. Mas a coisas saíram melhor que a encomenda: aproveitando-se da
dificuldade de adaptação de Vettel ao RB10, Ricciardo foi impiedoso com o então
campeão reinante ao superá-lo na classificação final (238x167) e nas
classificações (10x9), e deu a equipe rubro taurina as únicas três vitórias daquele
ano e sempre com grande exibição destacando sempre a sua facilidade em realizar
ultrapassagens em momentos cruciais das corridas, especialmente no Canadá e
Hungria que foram palcos de suas duas primeiras conquistas. Com a saída de
Vettel para a Ferrari em 2015 Daniel tornou-se o piloto referencia na Red Bull,
mas acabou sendo superado na pontuação por Daniil Kvyat (95x92). Pelas próximas
três temporadas o australiano duelou com Max Verstappen na equipe, onde superou
o holandês em 2016 e 2017 e perdeu em 2018, no seu ultimo ano na Red Bull. Em
2019 mudou-se para a Renault, onde bateu Nico Hulkenberg nas classificações
(14x7) e na pontuação (54x37).
8 - Charles Leclerc – A gama de pilotos prodígio teve seu auge
exatamente nesta segunda parte da década com a entrada precoce de Max
Verstappen em 2016. Duas temporadas mais tarde foi a vez de Charles Leclerc
iniciar a sua caminhada na categoria e já mostrar serviço ao volante da Sauber
nos vinte e um GPs de 2018. Com uma tocada precisa e procurando constantemente reduzir
a zero os erros, Charles teve seu nome rapidamente alçado a Ferrari após ter
dizimado Marcus Ericsson no duelo interno da equipe ao ter feito 17 x 4 nas
qualificações e 39 x 9 na pontuação final. A sua ida a Ferrari para ser
companheiro de Sebastian Vettel criou grande expectativa, exatamente por
esperar como seria seu comportamento em 2019: apesar de uma corrida não tão
brilhante em Melbourne, onde terminou logo atrás de Vettel, foi no Bahrein que
Charles mostrou seu poder de fogo ao batalhar contra Sebastian e superá-lo na
batalha. Teria vencido a corrida com folga se problemas no motor não tivesse
tirado dele uma vitória certa. Outras oportunidades apareceram como na Áustria
ao vacilar durante o duelo com o seu grande rival de longa data Max Verstappen.
Charles adotou uma postura mais agressiva e partiu para duas vitórias
convincentes em Spa e Monza (nesta última uma conquista que não vinha desde 2010).
Charles terminou na frente de Sebastian Vettel ao final do campeonato de 2019,
ao superar o tetracampeão nas qualificações (12x9) e na pontuação (264x240).
9 - Valtteri Bottas – Quem vê Bottas hoje sendo um fiel escudeiro
de Lewis Hamilton, talvez nem imagine – ou tenha esquecido – que ele era uma
das grandes promessas quando aportou na Williams na temporada de 2013 e levando
o problemático FW35 a um surpreendente terceiro lugar no grid do GP do Canadá
quando a classificação foi realizada em condições de pista molhada. As
expectativas foram aumentando conforme as temporadas seguintes avançavam: correndo
ao lado de Felipe Massa entre 2014 e 2016, Valtteri foi constantemente mais
veloz que o piloto brasileiro e isso lhe valeu uma grande oportunidade na
carreira: quando Nico Rosberg surpreendeu a todos ao anunciar a sua aposentadoria,
o nome de Valtteri foi logo alçado a essa chance, uma vez que ele era
empresariado por Toto Wolf. Bottas conseguiu a mais cobiçada das vagas na
Formula-1 até então, porém lutar contra Lewis Hamilton não tem sido uma tarefa
das mais fáceis e o piloto finlandês tem sido constantemente batido pelo inglês
que desde 2017 tem reinado absoluto. Mesmo que Valtteri não seja páreo para o
hexacampeão, ele teve lá seus dias de brilhantismo como ficou bem visto na sua
primeira vitória na F1 (Rússia 2017) e na Austrália (2019).
10 - Kimi Raikkonen - Quando o piloto finlandês voltou a categoria após duas
temporadas de recesso, ficou claro que Raikkonen continuava em forma. A sua
temporada de retorno foi altamente positiva: com o Lotus, Raikkonen fechou em
terceiro com uma vitória e sete pódios. Já em 2013 conseguiu números quase
parecidos com o de 2012, com o aumento de um pódio em relação ao ano anterior.
Porém o seu retorno a Ferrari a partir de 2014 foi uma imersão num período nada
produtivo: enquanto que levou uma sova de Fernando Alonso naquele ano de
retorno, esteve constantemente atrás de Sebastian Vettel nos anos de 2015 e 17,
mas em 2016 e 18 Kimi conseguiu equilibrar as situações, mesmo que Sebastian
mostrasse ser mais veloz no computo geral das corridas. Após esta sua segunda
passagem pela Ferrari, que lhe rendeu uma vitória em 2018, ele rumou para a
Alfa Romeo na temporada de 2019. Por
mais que não tenha mais toda aquela velocidade que o tornou num dos pilotos
mais velozes deste século, constatado na década passada, Kimi Raikkonen acabou
por tornar-se um dos mais populares do grid por conta de suas tiradas que
beiram o sarcasmo e também pelas declarações quase que monossilábicas. Em 2020,
certamente, será o piloto com o maior número de GPs da história da categoria,
já que está a dez corridas de igualar a marca de Rubens Barrichello (323 x
313).
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