quarta-feira, 8 de julho de 2020

Foto 877: Spanish Bombs

(Foto: Motori News)

Sabemos bem que a aposta é alta e arriscada. Sabemos também que tanto a Renault quanto Alonso sabem onde estão amarrando seus respectivos burros e que a chance de não dar em nada esse “terceiro casamento” é grande – e sem dúvida essa é a maior aposta da opinião automobilística no momento, que prevê abalos sísmicos já para a primeira parte do campeonato da Fórmula-1 em 2021. Mas, por outro lado, isso é parte de um pacote que tem tudo para ser dos mais interessantes, independente de qual seja o resultado dessa terceira união.
Apesar das comparações do retorno de Fernando Alonso com o de Michael Schumacher ter sido levantado nestas últimas horas, vale lembrar que o retorno de Schumacher em 2010 tinha uma grande diferença e essa repousava sobre o regulamento bem diferente daquele que o heptacampeão cravou suas bases para se tornar o maior da categoria, ao arrasar todos na primeira metade dos anos 2000. Apesar do jogo psicológico que ele imprimiu sobre Nico Rosberg, o filho de Keke não deu tempo para que Michael se readaptasse ao novo momento da categoria e triturou o multicampeão sem piedade. Fernando voltará com após dois anos de ausência onde o regulamento ainda será bem parecido com o que ele experimentou até a sua última estadia em 2018, porém, a exemplo do mesmo Schumacher, estará ao lado de um jovem sedento para mostrar a todos que pode andar igual o mais do que um piloto que acabou de voltar de uma “aposentadoria”. Esteban Ocon, que voltou neste ano como piloto da Renault, terá 24 anos contra os 40 de Alonso e certamente terá a sua grande chance de mostrar que é um dos jovens promissores dessa geração que vem se renovando desde a estreia de Max Verstappen e Carlos Sainz em 2015. Apesar de não ser mais um jovem, para Alonso restará a sua vasta experiência e também o fato de não ter ficado inativo – o que talvez tenha contribuído bastante para Michael Schumacher tenha voltado fora de ritmo – e voltar um ano antes da troca de regulamento é uma boa ajuda.
Tanto a Renault quanto  Alonso procuram um lugar ao sol novamente e a visão deles se apegam ao regulamento que está para começar em 2022, com um teto orçamentário que dá a equipe francesa um melhor conforto para poder trabalhar e tentar beliscar uma parte do bolo e voltar ao grupo da frente. Portanto, o ano de 2021 é será de muita paciência e os dois lados sabem bem disso e precisarão se ajudar mutuamente para que tudo chegue corretamente no seu momento. Certamente será uma guerra de nervos que todos estarão de olho esperando que a primeiras bombas no QG da Renault sejam detonadas para apontarem o dedo e gritarem “Eu lhes avisei!”.
Por mais que acredite que Alonso não chegará ao seu objetivo, é uma grande oportunidade para ele mostre que está disposto a ajudar de todas as formas aquela que deu a ele a oportunidade de ser duas vezes campeão do mundo. Para a Renault também será a oportunidade de se inspirar no passado e montar uma base vencedora e voltar aos seus dias de glória, seja com Alonso, seja com Ocon ou com quem quer que seja.
A verdade é que as cartas estão na mesa e mais um desafio estará em jogo. Se eles voltarão a reviver seus dias de glória de quase vinte anos atrás ou amargarão mais uma decepção, os próximos anos nos darão as devidas respostas.


Um comentário:

  1. Sou da opinião que o regresso do Alonso à F1 não é benéfico nem para ele nem para a Renault.
    Isso não que dizer que eu não deseje que tenha toda a sorte e que consiga levar a Renault a lutar pelas vitórias. Também é sempre de saudar ter mais um campeão mundial entre os pilotos de F1.

    Abraço

    visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/

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